Sabe quando você manda um e-mail importante e a resposta demora para chegar? Você fica lá, olhando a sua caixa de entrada, e tem vontade de enviar outra mensagem com um “Olá, recebeu meu e-mail?” para confirmar. Isso acontece com todo mundo, mas o que exatamente faz com que o destinatário não responda o seu e-mail o mais rápido possível?
Foi com essa pergunta que os professores Farshad Kooti e Kristina Lerman, do Departamento de Ciência da Computação da Escola de Engenharia da Universidade do Sul da Califórnia decidiram fazer um estudo, o maior com e-mails realizado até hoje, chamado “Evoluções das Conversas na Era da Sobrecarga de E-mails”.
A metodologia do estudo consiste em analisar como a chegada de e-mails afeta o comportamento dos remetentes e quanto tempo eles demoram para respondê-los. Todos os participantes se voluntariaram a contribuir para o estudo, os dados das mensagens foram interpretados por computadores e os usuários foram tratados como anônimos.
Enquanto você fica aflito por ter escrito algo de errado, imagina que a resposta será um famoso textão ou teme que não colocou o endereço certo, os pesquisadores observaram que o tempo de resposta depende muito mais do destinatário. Alguns comportamentos analisados são bem fáceis de entender: quanto mais e-mails uma pessoa recebe, mais ela tende a demorar para responder cada um.
No entanto, outras constatações são interessantes: no geral, usuários mais novos conseguem lidar melhor com mais e-mails do que outros com idade superior. O estudo ainda aponta que os jovens tendem a resolver essa enxurrada de mensagens enviando respostas mais curtas e, consequentemente, de forma mais rápida, enquanto pessoas mais velhas respondem apenas uma pequena fração das mensagens por vez.
Quando o volume dos e-mails está normalizado, porém, 90% das pessoas tendem a responder a mensagem em até dois dias. Muitos nem demoravam para responder: o tempo mais frequente de resposta foi de dois minutos, enquanto 50% dos destinatários responderam os e-mails em menos de uma hora. Na média, as mulheres demoraram quatro minutos a mais que os homens para elaborarem as respostas.
Ainda assim, os mais jovens dominaram o tempo de resposta, predominantemente com mensagens mais curtas na média. Os adolescentes analisados responderam os e-mails em cerca de 13 minutos, enquanto jovens adultos, de 20 a 35 anos, demoraram cerca de 16 minutos. Pessoas de 35 a 50 anos foram consideravelmente mais lentas na resposta, respondendo em 24 minutos na média e, acima dessa faixa de idade, a demora chegou a 47 minutos.
Outros fatores interessantes corroboram com a ideia de que a culpa da demora não é necessariamente do remetente: normalmente, quem está usando um laptop para trabalhar, em vez de um smartphone, costuma levar quase o dobro do tempo para responder a sua mensagem. A pesquisa também aponta que e-mails curtos são bem comuns, principalmente os de apenas cinco palavras. Mais da metade das mensagens têm menos que 43 palavras e apenas 30% são compostas de mais de 100 palavras.
Quando mandar um e-mail na hora certa, então? Normalmente, as respostas mais frequentes são durante o dia, semelhante ao ritmo circadiano, aquele que regula o “relógio biológico”, determinando os períodos em que sentimos mais ou menos sono. A pesquisa também constatou que, nos fins de semana, as respostas são mais curtas quando comparadas às dos dias da semana.
No geral, se você quer uma resposta mais elaborada, os pesquisadores recomendam que você envie uma mensagem de manhã, uma vez que estas são as mensagens que recebem respostas mais longas quando comparadas aos e-mails enviados no período da tarde. No começo das conversas, inclusive, os usuários tendem a mimetizar o tamanho da mensagem dos outros, mas essa sincronia se quebra depois de algumas respostas.
Por fim, o estudo também levantou quando é provável que nenhuma resposta seja mais enviada. Quando a conversa está acontecendo num ritmo normal, com respostas relativamente rápidas, e alguma delas sai de sincronia e demora significativamente mais para ser enviada, normalmente isso significa que a conversa acabou.
Suas experiências com e-mails são semelhantes aos resultados da pesquisa?
Com informações: Phys.Org.
Fonte:Tecnoblog
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