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O poder da atração

Vivemos em uma sociedade que rotula cada vez mais seus indivíduos. Seja pelo seu jeito de ser, pensar e até mesmo se vestir. Será que a roupa que vestimos molda nosso caráter ou até mesmo revela nossas reais intenções? Até que ponto podemos usar nosso poder de atração sem ferir o ego ou o espaço alheio?

Nos últimos dias muito se falou sobre o comportamento feminino dentro da sociedade, diga-se de passagem “globalizada”. Homens inescrupulosos, os quais ainda se escondem debaixo da máscara da safadeza e libertinagem, vivem a afirmar que a roupa feminina (cada vez mais justa e sensual) instiga o pensamento e tristemente a violência sexual contra as mesmas. Com certeza, um erro não justifica o outro. É hipocrisia o sujo falar mal do encardido.

O mais espantoso sobre esse contundente assunto e que muitos fecham os olhos, é que muitas crianças (independente do gênero) também sofrem desse mal que acomete boa parte da população mundial e que prolifera como verme dentro de uma sociedade cada vez mais machista. Cadê a equidade de gênero que muito se fala na mídia e que pouco se vê no dia a dia?

Nesse contexto todo, o que instiga o homem a pensar em “sexo” o tempo todo não é a roupa que a mulher usa e nem mesmo sua atitude dentro dessa sociedade “testosteronizada”. Esse pensamento faz parte da cultura masculina, faz parte da lei da natureza, onde fomos programados para procriar e garantir a sobrevivência da raça humana. O grande problema não está no pensamento em si mas quando o mesmo deixa de ser o que é, culminando em atos de atrocidade sexual, de desrespeito ao espaço e decisão do outro.

A maldade está dentro de nossa cabeça, em nossa imaginação. Muitos alunos são capazes de perder a cabeça ao imaginar uma professora dando aula, outros são capazes de perder a noite imaginando uma mulher vestida de militar. A fantasia está na cabeça de cada indíviduo, assim como a maldade e libertinagem.

Embora a roupa possa valorizar nossas qualidades ou mesmo inflar nosso ego (a fim de nos sentirmos desejados), a mesma não pode ser vista como o problema ou a causa de uma doença “brutal” que se enraizou na história da humanidade. Em alguns países do Oriente Médio, onde as mulheres usam burca (famosa roupa que cobre a pessoa da cabeça aos pés), o índice de violência sexual é altissímo, o que denota que a roupa não é o problema dessa avassaladora doença. Seres ignorantes poderiam dizer que é culpa do lápis de olho ou do próprio rímel, já que lá as mulheres ficam apenas com os olhos à mostra.

O que pensamos ou deixamos de pensar cabe somente a nós, e cabe a nós se devemos ou não compartilhar o que passa em nossa mente. Conheço uma gama de pessoas que convive com esse mau dentro de sua própria casa e cala-se diante das ameaças que recebem. De certa forma, estão aliciando a violência sexual e assumindo “consciente ou inconsciente” sua parcela de culpa dentro da sociedade.

A sensualidade sempre fez parte da sociedade. E agora mais do que nunca, graças às mídias de massa, todos querem a todo momento chamar atenção. Querem seus egos cada vez mais acariciados. A todo momento vejo inúmeras fotos de pessoas “sensualizando no Facebook” ou em outro canal de comunicação em massa. Homens e mulheres, seres cada vez mais vaidosos, usam o poder da atração para não somente chamar atenção, mas para garantir seu espaço dentro dessa sociedade que vive sob a lei das aparências.

Se você parar pra pensar e se ater aos números do varejo, constatará que o setor que mais cresceu foi o de beleza (moda e comésticos). O poder financeiro deixou de ser o principal ativo de uma pessoa (para comprar ou querer comprar tudo o que bem entender) e passou a ser codjuvante no atual cenário social. Hoje, o poder da atração é, disparado, o ativo mais comum e utilizado por homens e mulheres para conquistar cargos, salários e até mesmo persuadir pessoas.

Homens e mulheres aparentemente mais “atraentes” tendem a ser mais bem sucedidos dentro da sociedade. Empresas preferem pessoas que se vestem bem, falem bem para ocupar cargos estratégicos (principalmente aqueles que têm que lidar com pessoas – clientes). Exemplo: vendedor, consultor e secretária.

O poder da atração convence e conquista. Não é a toa que fotos de mulheres e homens sensualizando, arrastam multidões e alcançam números estratosféricos de “curtidas e compartilhamentos” nas redes sociais. Mulheres, assim como homens, também pensam em sexo, porém elas respeitam mais o espaço alheio. Empresas focam seus esforços na construção de produtos belos e atraentes, pois sabem que os consumidores tendem a comprar ou consumir produtos aparentemente mais belos que seus pares. Essa psicologia comprova um dos motivos mais convincentes na hora de comprar um Macbook, por exemplo.

Podemos sim nos vestirmos bem, sensualizar sem ser vulgar, sem escandalizar. A todo momento buscamos ser reconhecidos e usamos nossas melhores armas para atrair e chamar atenção. Devemos também respeitar os limites da linha tênue que divide a sensualidade da libertinagem. Os homens (principalmente os metrossexuais) investem cada vez mais em marketing pessoal. Estão a todo tempo malhando (cuidando da sua forma física) e enaltencendo sua sensualidade, pois sabem melhor do que muitos que o poder da atração abre portas, oportunidades de negócios e relacionamentos.

Podemos sim, usar com ética e respeito o nosso poder de atração. Sensualizar, se valorizar e não vulgarizar. Usar roupas as quais deixam à mostra as volúpias de seu corpo, com certeza não é legal. Enaltecer suas qualidades físicas a fim de atrair olhares sem infligir o ego e a moral alheia é bonito e faz parte desse tal jogo da “atração”. Conheço inúmeras mulheres que se vestem bem e vivem recebendo elogios.

Mulheres tendem a olhar e cobiçar homens que se vestem melhor, falam melhor e que possuem um poder de atração mais elevado que os demais. Porém, as mesmas não escandalizam ou partem pra cima do mesmo a fim de estuprar ou usurpar o pobre coitado.

Todos nós temos, em menor ou maior grau, o poder de atração, e podemos sim usá-lo para persuadir de forma ética e justa sem invadir ou desrespeitar o espaço alheio. Sabendo que os olhos dos clientes saltam para aquilo que é bonito, empresas voltadas ao ramo da beleza investem cada vez mais em pessoas cujo poder de atração é maior. Basta imaginar aquelas lindas meninas ou garanhões que aparecem nas inúmeras propagandas da internet, outdoor ou TV. Pessoas bonitas e com poder de atração elevado, costumam aumentar a venda de produtos e serviços das empresas que as contratam para trabalhar diretamente ou mesmo usar sua imagem para persuadir através das mídias de massa a compra de seus produtos.

Se calar para um problema que devasta famílias, que acorrenta almas ou mesmo que destrói sonhos, com certeza não é a melhor saída. Faça sua parte, todos nós temos nossa parcela de culpa com relação a esse e outros tantos problemas que assombram a humanidade. Devemos lutar por uma sociedade mais justa, com equidade entre os gêneros, respeito ao próximo. Eu não mereço ser estuprado, nem você e nem ninguém!

 

 

 

Fonte: Administradores