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Seu chefe é complicado? Especialista conta como lidar com os perfis mais comuns


Mesmo que você adore o seu trabalho, lidar com o chefe nem sempre é fácil, e alguns podem ser verdadeiros desafios para suas equipes. Para aprender a ter uma relação melhor com o seu, entenda como funcionam os cinco perfis de líderes mais comuns e como trabalhar com cada um deles.

“O ponto chave para se dar bem com qualquer líder é saber se comunicar e entender a diversidade, que é muito importante até para o crescimento da empresa e da criatividade. Cada um tem uma habilidade e é isso que compõe e torna uma equipe produtiva, por isso é importante saber lidar com as diferenças e saber que sempre podemos tirar algum aprendizado e pontos positivos. É preciso entender o perfil de cada um e sua forma de se comunicar, porque quando você encontra o ponto certo para conversar com ele tudo fica muito mais fácil”, explica a coach Dolores Affonso.

O perfeccionista


Vstock LLC/Vstock

O chefe perfeccionista é aquele que nunca acha que o trabalho está realmente bom e que cobra resultados altíssimos de seus colaboradores. “Ele é complicado porque ninguém é perfeito, nem ele, mas ele exige isso da equipe. Normalmente é minucioso e examina cada detalhe, e pode ter duas facetas: que consegue trabalhar em grupo e conversar e dar feedback adequado para seu funcionário, ou o que só sabe criticar e chamar a atenção na frente dos outros. É difícil para o funcionário lidar porque o perfil do colaborador também varia, alguns aceitam como aprendizado o feedback do seu líder, e o que não aceita, mesmo que não seja uma critica”, revela.

Como conviver com ele? “É preciso entender a necessidade desse chefe, compreender qual o tipo de perfeição que ele precisa naquela atividade e o motivo para isso, seja porque é cobrado por outros ou porque gosta das coisas feitas de maneira mais completa. Identifique a necessidade e os objetivos para compreender como ele quer que você faça algo. Pense com seu superior uma determinada tarefa, traçando juntos o que é esperado e quais as etapas a serem concluidas, isso vai facilitar a entrega. E sempre compreenda que o feedback é para o seu próprio crescimento e crescimento da equipe, não leve para o lado pessoal”.

O amigo


Foto: shironosov/iStock

O chefe amigo costuma se dar bem com toda a equipe, é brincalhão e até fala sobre a vida pessoal: “Ele é o paizão do time, e normalmente é difícil, porque por ser tão amigo você acaba se sentindo constrangido de negociar prazos ou funções e não fazer algo por ele. É comum que eles peçam coisas a mais pela amizade, e você acaba tendo dificuldade de separar essa amizade do trabalho, o que pode interferir na sua relação profissional.  Pode gerar panelinhas, sensação de depreciação em outras pessoas e um certo constrangimento e até uma falta de respeito entre líder e liderado”.

Apesar do bom envolvimento da equipe, é preciso tomar alguns cuidados para não colocar o seu emprego em risco nesse caso, como saber separar cada hora e situação. “Você não pode fazer o que quiser pelo líder ser muito amigável, você tem que ser um funcionário e cumprir seus prazos e objetivos. Você tem que compreender os limites da formalidade e assumir o papel correto em cada ambiente, e assim fazê-lo agir da mesma forma”, alerta.

O autoritário


Foto: Jupiterimages/Pixland

Se o seu chefe dificilmente trabalha em equipe, delega funções e não aceita opiniões, seu perfil é o autoritário, que Dolores acredita ser o mais comum no país. “Ele define e os colaboradores tem que seguir, ele não ouve e não compreende as necessidades e ideias de cada um. Normalmente inibe a equipe e tem a posição de ser centro daquele universo e não pode ser contestado. Quando tudo dá certo esse tipo de profissional colhe os louros, e quando algo dá errado ele encontra alguém para culpar em seu lugar. Como cobra muito pode ter uma equipe muito produtiva, mas insatisfeita e até deprimida no ambiente de trabalho, podendo até ter uma alta rotatividade, com altos índices de demissão. É o famoso ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’’, completa.

Aqui, o melhor a fazer é pesar os prós e contras, e encontrar a maneira correta de conversar: “Liste seus objetivos naquela empresa e porque você precisa suportar as situações que passa. Quando seus objetivos estão definidos você trabalha com mais facilidade, porque é fácil colocar na balança. Outro ponto é compreender esse líder e o que você pode tirar de bom e de aprendizado com essa pessoa, para que seu trabalho realmente cumpra o que a equipe precisa produzir. Pergunte mesmo o que você deve fazer, o como deve agir e o que ele espera de você. Apresente problemas e soluções, porque mesmo que o chefe não aceite na hora vai pensar nisso em algum momento, não tenha medo de lidar com ele conversando e abstraia em alguns momentos”.

O ausente


Foto: Keith Brofsky/IStock

O chefe ausente é aquele que não acompanha o desenvolvimento do trabalho da equipe de perto e raramente oferece feedbacks. “Costuma ser extremamente ocupado e por isso acaba não acompanhando nada dos seus colaboradores. Os funcionários muitas vezes precisam fazer tarefas que são do líder e deixa todos insatisfeitos porque não são reconhecidos ou recompensados por isso. É comum surgir um funcionário de liderança nesse caso, fazendo o papel de orientar os colegas, ajudar e distribuir as funções, mas que não ganha por isso e não tem essa função decretada oficialmente. Esse líder pode também ter medo de tomar decisões e ser responsabilizado por ela”, conta.

De acordo com a especialista, existe aqui uma necessidade da equipe de se autogerenciar: “Dividam entre vocês as tarefas, realizem e analisem juntos os resultados e o foco principal deve ser o relacionamento da equipe, que deve ser de compreensão, de auxilio e como os trabalhos se impactam. Também é natural fazer uma cobrança de maneira educada, levando os problemas ao chefe e mostrando que a equipe precisa dele, e é comum que ele se torne mais presente a partir disso”.

Fonte: DaquiDali